27.7.12

Foi hoje que me voltou a dar uma vontade de berrar:

- De me soltar tanto, tanto, de falar, de poder dizer aquilo que tantas vezes me acorda de noite! (Vê como estas palavras me vão sufocando e comendo todos os gestos, já tão gastos e mal usados!) 
Dou por mim, sozinha, com os olhos postos na linha do infinito, fixo-me no sol latejante, magoo o meu olho, vejo arcos negros que escondem a demasiada luz, projectada pelo sol e eu...perdida, tão perdida. Agarro-me a quê? 


(Tens de te agarrar! Tens! Tens! Olha para mim, aqui sempre, à tua espera. Podes chorar, rir e até mesmo brincar! Eu estou aqui.) - esbofeteia-me. 

Não me sento, não me canso, não paro, não posso. 
- E como todos esses outros tristes fazem, eu faço também - calo-me. Esqueço-me que talvez, ainda possa ser amor, talvez ainda.
Poderei? Achas?

E quando os sete mares te gritarem, te baterem e empurrarem, até caíres, como quem cai nu, sobre o ardente betão, aí, bem aí - corre. Corre como quem ama, como quem chora com o sol e como quem canta com as nuvens. E se me ouvires, me beijares  e me obedeceres - os Mares nunca te apanharão. 
Besta.

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